Após oito meses de intensas obras, o Viaduto Santa Ifigênia, um ícone histórico da cidade de São Paulo, foi reaberto ao público totalmente restaurado. Com mais de 111 anos de história, a estrutura recebeu a maior reforma já realizada, visando garantir segurança, durabilidade e a preservação de suas características originais. A obra foi finalizada no início de outubro, após um investimento municipal de R$ 10 milhões, e representa um marco no Programa de Manutenção de Pontes e Viadutos da cidade.
A Obra de Restauração do Viaduto Santa Ifigênia
Iniciadas em fevereiro de 2024, as intervenções foram autorizadas pelos órgãos de proteção ao patrimônio, como o Conpresp e o DPH, respeitando o estilo art nouveau que caracteriza o viaduto. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (SIURB), a estrutura apresentava sinais avançados de deterioração, com fissuras, armaduras corroídas e problemas de infiltração, que comprometiam sua segurança. Durante mais de um século, o viaduto havia passado por apenas reformas pontuais, o que tornava essa requalificação completa essencial para sua conservação.
As obras incluíram a recuperação de todo o revestimento, reconstrução da laje e impermeabilização da estrutura para prevenir novas infiltrações. A estrutura metálica foi submetida a hidrojateamento de alta pressão, lixamento e repintura, processo que contou com uma seleção cuidadosa das cores finais em parceria com o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH).
Detalhes Minuciosos para Preservação Histórica
Um dos grandes desafios da obra foi a restauração do piso de pastilhas, uma marca registrada do Viaduto Santa Ifigênia. Foram necessárias cerca de 7,2 milhões de pastilhas idênticas às originais, fabricadas sob encomenda em Tambaú, no interior de São Paulo, no tamanho original de 2 cm x 2 cm. A instalação respeitou a paginação histórica do piso, cobrindo aproximadamente 3.300 m², para preservar a autenticidade do projeto original.
As escadas de acesso também foram recuperadas e pintadas com tinta antioxidante para prolongar sua durabilidade. Além disso, as cores do viaduto e de seus pilares foram escolhidas através de testes de pintura, chegando a um tom de amarelo para a estrutura e um tom de bege para os pilares, harmonizando com o estilo art nouveau e destacando a beleza arquitetônica do viaduto.
Importância Histórica e Cultural do Viaduto Santa Ifigênia
Inaugurado em 26 de julho de 1913, o Viaduto Santa Ifigênia foi projetado pela Societé Anonyme Acieries D’Angleur, da Bélgica, e construído pela Manufacturing Company Limited. Com 232,20 metros de comprimento e 13,5 metros de largura, o viaduto é um dos símbolos da arquitetura art nouveau na cidade, com sua estrutura metálica e detalhes ornamentais. A importância do viaduto para a história de São Paulo é inegável, tanto como ponto de passagem e conexão na região central quanto como marco arquitetônico e cultural.
A Reforma como Parte do Programa de Manutenção da Cidade
A restauração do Viaduto Santa Ifigênia é parte de um amplo Programa de Manutenção de Pontes e Viadutos da Prefeitura de São Paulo, que visa melhorar a infraestrutura viária da cidade e preservar o patrimônio histórico. Segundo a SIURB, este programa pretende assegurar que estruturas centenárias, como o Viaduto Santa Ifigênia, continuem a compor a paisagem urbana e a servir os paulistanos com segurança.
Com essa reforma, a Prefeitura de São Paulo reforça seu compromisso com a preservação do patrimônio e com a melhoria da infraestrutura urbana, mantendo viva a história da cidade para as futuras gerações e revitalizando um espaço importante para a circulação e convivência no centro de São Paulo. A reabertura do viaduto simboliza um novo capítulo para esse marco histórico, agora com mais segurança e um visual restaurado, que honra sua importância na memória cultural da cidade.
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