O primeiro capítulo da série “Raio-X nos Bairros” falará um pouco sobre o distrito de Guaianases, sobre as suas necessidades e, principalmente, sobre as expectativas dos moradores nas próximas eleições. Durante duas semanas, recebemos um rico conteúdo da população local, que enviaram as suas reivindicações para o endereço de e-mail: projetoraioxdosbairros@gmail.com
O bairro é um dos mais carentes da capital e conta com 268,5 mil habitantes, porém possui necessidades extremas, que vão desde saneamento básico a moradia. A falta de empregos na região também foi indicada pelos moradores, que denominam a região como um “bairro dormitório”.
Outro drama indicado foi das constantes enchentes do Córrego Ribeirão Itaquera, que divide bairro e chega até o Itaim Paulista. “Este é um problema que dura anos e que, a cada nova eleição, se renova com promessas”, diz Ariovaldo da Costa, 50, morador do bairro há mais de 30 anos.
Os bailes funks também aterrorizam os bairros de Guaianases e Lajeado, que correspondem a mesma região. “As festas começam por volta das 9h, 10h, e vão até as 4h, 5h do dia seguinte”, conta o morador Luiz Augusto Pereira, 29.
A área também é conhecida pelo alto índice de violência. Segundo informações da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, o bairro de Guaianases apresenta um número de homicídios que o coloca entre os mais perigosos. Na região, a média fica em 85 homicídios para cada 100.000 habitantes. Esta marca supera a encontrada no resto da cidade, que é de 47 para o mesmo número de cidadãos.
As chamadas “invasões” que já foram tema de grandes telejornais da cidade, como as TVs Globo e Record, ainda assombram a região de Guaianases, que conta com um grande déficit habitacional. Cerca de 15% da população da região reside um local desses, segundo dados da Fundação Seade.
O Transporte Público também é outro item mencionado, devido a falta de melhorias nos ônibus e nos trajetos. “Chego a ficar uma hora no ponto de ônibus esperando a minha condução passar”, conta Dona Antônia dos Santos Reis, 74 anos, moradora do bairro mais de 50 anos.
“Aqui já foi um lugar bom para morar”, conta o Sr. Ardevalino, que completa dizendo que a região se tornou um chamariz político. “Nós já tivemos deputados e vereadores, mas o bairro não cresceu. Toda vez que ouço novas promessas eu as rejeito logo de cara. Aqui se tornou um lugar de parlamentares que ficaram ricos a nossas custas, e que após concluírem seus mandatos, se mudam para o Tatuapé, que é um lugar melhor, enquanto nós pobres, ficamos aqui no extremo, ou no fundão da zona leste, esperando as mazelas para melhorarmos as nossas vidas”, conclui.
Pelo que vimos, a região ainda carece de muitos investimentos, tanto em melhorias habitacionais, como de planejamento urbano, porém, agora, cabe aos eleitores escolherem melhor os seus representantes, para que estes possam colocar o bairro nos eixos.
Matéria originalmente publicada pelo Grupo Acontece de Jornais e Revistas. Para visualizar seu conteúdo, clique aqui