Passados dois meses do inicio do período da quarentena, o estado de São Paulo mostra números alarmantes, com 6,1 mil mortes, além de 82 mil casos confirmados, nos 508 municípios do estado, e mais da metade das pessoas infectadas reside na capital.
Segundo dados divulgados pela Prefeitura de São Paulo, a capital tinha até o último dia 21, 3.252 mortes e outros 44.516 infectados pelo Covid-19, sendo que 2.688 mortes ocorreram nos 20 bairros mais periféricos da cidade.
Os distritos com o maior número de casos seguem sendo Brasilândia, na zona norte, com 81, e Sapopemba, na zona leste, com 77. Ambos tiveram aumento em torno de 50%. Já o maior aumento percentual ocorreu no Jardim Helena, também na zona leste, com 120% – de 15 para 33 mortes em uma semana.
A zona leste também é a região com o maior número de mortes de covid-19 na cidade: 1.098 até o dia 24. Depois vem a zona norte, com 612, a zona sul, com 591, a zona oeste, com 210, e o centro, com 127.
Para o Prefeito de SP, Bruno Covas, “apesar do covid-19 ter começado na classe alta, que trouxe o vírus de viagens para a Europa, hoje a doença é muito mais presente entre os mais pobres, tanto em termos de mortes quanto de infecções”.
Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Edson Aparecido, “O problema é que temos uma questão histórica na periferia. A região, ao longo de décadas, foi esquecida pelo poder público, é lá que temos problemas sociais muito grandes. Essas regiões, também por ter dificuldade maior no processo de isolamento social, acabaram sendo mais atingidas com a contaminação e óbitos”.
Outros bairros que vivem uma situação preocupante são os de Campo Limpo, que viu o seu número de vítimas saltar de 10 para 71 e Grajaú, que quadriplicou a sua quantidade de contaminados.
Leitos de UTI
Se o número de contaminados aumenta, o número de leitos ocupados também. Cerca de 90% já estão sendo utilizados pela rede municipal, porém já há registros de hospitais com 100% de utilização.
Segundo dados da Rede Nossa São Paulo, os distritos de Parelheiros, Cidade Ademar, Campo Limpo, na Zona Sul, Anhanguera e Tremembé, na Zona Norte, Aricanduva, na Zona Leste e Lapa, na Zona Oeste, não possuem nenhum leito de UTI, mesmo concentrando 20% da população da cidade (2,3 milhões de pessoas).