Na reta final, morador da Grande SP recebe santinhos suficientes para cobrir uma pessoa

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O cachorrinho no folheto de um candidato não agradou o vira-lata Gudão. Na garagem de uma casa, no Jardim Damasceno, na zona norte de São Paulo, o pequeno livrinho do candidato Reginaldo Tripoli (PV) foi todo amassado.

Enquanto isso, na caixa do correio, protegidos, ficaram 14 santinhos, vários deles repetidos, distribuídos da seguinte forma: oito da Coligação Acelera São Paulo, sendo cinco do candidato Ligieri (PSDB) e três da candidata Andrea Cambraia (PTN); outros quatro do Luisinho Rede Noroeste (PCdoB) e dois do Paul Frange (PTB).

O resumo de um dia na zona norte da capital foi o mesmo de várias regiões espalhadas pela Grande São Paulo. O limite de gastos de campanha e o fim das doações empresariais não impediram que os candidatos mantivessem a aposta de enviar santinhos e materiais para as casas dos moradores, em busca de votos.

Nos últimos 20 dias de campanha, 17 correspondentes da Agência Mural guardaram todo o material enviado pelos postulantes a prefeito e a vereador.

Nesse período foram coletados mais de 1,4 mil materiais que vão de santinhos, jornais ou até mesmo cartas para o eleitor. Em algumas residências, foram mais de 200 impressos da eleição, descontados o que Gudão e outros animais de estimação dos correspondentes comunitários não deixaram passar.

O total por casa serviria para cobrir uma pessoa, conforme simulação feita por Maria Aparecida da Silva, 54, na zona leste.

O maior número foi contabilizado no Jardim Brasil,  zona norte, com 245 impressos sobre a eleição. Já na Vila Nova Cachoeirinha, foram 109 com direito a uma mala direta, um jornalzinho e um folheto maior.

Na Jova Rural, 130 foram entregues e a situação mais curiosa foi o recebimento, de uma só vez, de 64 santinhos do mesmo candidato, Paulo Proerd (PTN).  A impressão é que como a casa ficava no começo da rua, o objetivo foi terminar o trabalho logo, deixando de lado as residências mais afastadas. A quantidade variou por região.

No Itaim Paulista, zona leste, foram recolhidos quase 200 materiais. Já em uma casa em Guaianases, foram 29 santinhos, 10 cartas com promessas, 5 jornais e mais 2 cartazes grandes para serem colocados no portão.No Grajaú, zona sul, foram recebidos 48 papéis de propaganda e chamou a atenção o conteúdo escrito. O panfleto do candidato Bebê (PMDB) começa com o slogan “Bebê vem aí”, com erros de português como “Grájau” e “ensentivar”, ao invés de Grajaú e incentivar.

GRANDE SÃO PAULO

Uma das dúvidas de quem recebe tanta propaganda em casa é: isso funciona? Não há uma correlação perfeita, mas em Osasco, os dois candidatos que disputarão o segundo turno foram os mais presentes no bairro Bandeiras, na zona sul da cidade.

Foram 174 materiais de campanha, dos quais 66 foram de candidatos a vereador que apoiam Jorge Lapas (PDT), ou materiais com propostas do concorrente à reeleição.O vereador Rogério Lins (PTN), que foi para o segundo turno da disputa pela prefeitura da cidade, também apareceu com relevância com 33.

Perto dali no Jardim Santo Antônio, 109 materiais foram entregues.Também foi de um candidato que vai para o segundo turno o maior número de propagandas coletados em Guarulhos, no bairro Ponte Alta: Eli Corrêa Filho (DEM). Mas o bairro teve apenas 40 propagandas. No bairro Planalto, em São Bernardo do Campo, foram 83 materiais.Dois bairros de Mogi das Cruzes viveram situações diferentes.

O Jardim Ivete teve 134 propagandas recebidas, com os vereadores eleitos Mauro Araújo (PMDB) e Antonio Lino (PSD) como os que mais enviaram. Já no Mogi Moderno, apenas 27 materiais foram coletados, com material do candidato Cursino (PSB) mais presente.Na divisa entre Poá e Itaquaquecetuba, os moradores tiveram de conviver com políticos dos dois municípios. Ali, chegaram 65 santinhos, 9 panfletos de propostas e 6 adesivos (80 materiais ao todo).Em Embu Guaçu, pela primeira vez uma rádio comunitária disponibilizou espaço para que fossem apresentadas as propostas dos candidatos. No entanto, o horário não foi utilizado pelos postulantes à prefeitura, que preferiram usar a panfletagem e das bandeiras pelas vias públicas.

Texto publicado originalmente pela Agência Mural, da Folha de São Paulo. Clique aqui e confira o conteúdo completo

Eduardo Micheletto
Eduardo Michelettohttp://www.minutomicheletto.com.br
Jornalista e Radialista, pós graduado em Comunicação Organizacional e Comunicação e Marketing, além de ter realizado diversos cursos de extensão nas áreas de Marketing Digital e Experiência do Usuário (UX). É Diretor da Micheletto Comunicação e membro da Associação Profissão Jornalista (APJor).

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