Cerca de 100 moradores dos bairros de Sapopemba e Vila Prudente realizaram neste sábado, dia 27, um ato público contra a decisão do governador de São Paulo, João Dória Jr, de fechar o Pronto Socorro (PS) do Hospital Estadual de Vila Alpina.
A unidade atende em média 15 mil pessoas por mês, em uma região extremamente populosa da cidade. Segundo dados do IBGE, os bairros de Sapopemba, Vila Prudente e São Lucas possuem uma população de mais de 500 mil habitantes.
Para a líder comunitária Francisca Ivaneide de Carvalho, “Não houve diálogo ou discussão de alternativas que minimizassem o sofrimento da população, embora o discurso das autoridades seja sempre o mesmo, ou seja, que nada está sendo fechado e que todas as providências estão sendo tomadas para garantir o atendimento. Estamos cansados dessas mentiras e da falta de transparência. O fechamento dos Prontos-Socorros tem a ver com o corte de quase R$ 1 bilhão no orçamento da saúde pelo governo do Estado. Por isso, reafirmamos que as 237 mil vidas “perdidas” até 12 de fevereiro de 2021, importam, e que o fechamento do Pronto Socorro do Hospital Vila Alpina é tragédia anunciada”.
O Hospital Estadual Vila Alpina é referência para atendimento a casos graves de COVID-19 na zona sudeste da capital. No início da pandemia, a unidade estruturou 30 leitos destinados ao tratamento dos pacientes coronavírus, incluindo dez leitos de UTI.
No pico do cenário epidemiológico, o serviço ampliou para 80 leitos convertidos para tratamento da doença, sendo 40 UTI e 40 enfermaria. Com a queda na demanda do coronavírus, a unidade foi redirecionando gradativamente sua estrutura para atender demais patologias, e atualmente conta com 27 leitos reservados para pacientes adultos com suspeita ou confirmação da doença, incluindo 10 de UTI.
O objetivo da medida é utilizar os equipamentos para concentrar somente pacientes graves. Na capital, os hospitais afetados são os do Grajaú e Pedreira (zona sul) e da Vila Alpina e Itaim Paulista, na zona leste. Na Grande SP, a medida abrange Itapecerica da Serra e Mogi das Cruzes. Estas unidades enfrentam problemas de lotação de casos de Covid-19.
A Secretaria de Estado da Saúde afirma que o modelo de atendimento é previsto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para hospitais de alta complexidade. “Os PSs ficarão dedicados a atender pacientes levados à unidade por ambulâncias ou serviços de resgate, pois estes casos mais graves têm atendimento priorizado.” A pasta não disse porque não comunicou a mudança em seus canais oficiais.
Já a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, diz que tem realizado reuniões semanais com o governo do estado “visando manter a qualidade dos atendimentos” e que os hospitais e unidades de saúde da rede municipal “seguem atendendo normalmente”.
Matéria originalmente publicada pelo Jornal Acontece Agora. Clique aqui e visualize o seu conteúdo completo.