O fim do Auxílio Emergencial já levou 2 milhões de brasileiros para a pobreza apenas em janeiro. Ao todo, 13% da população do país, ou 26 milhões de pessoas, estão sobrevivendo com uma renda per capita de apenas R$ 250 por mês.
Para Fabiana Santos Lira, presidente da Associação Luz Presente do Futuro, em Itaquera, na Zona Leste, “o fim do auxílio ocasionou diversos problemas, principalmente para os menos favorecidos, que tiveram que se reinventar para poder ter uma vida digna, outros não conseguiram mudar as suas vidas, e seguem vivendo na linha da pobreza. A desigualdade aumentou”, conta.
Durante o pagamento do benefício, a taxa de pobreza chegou a recuar para 8% da população, e a da extrema pobreza – brasileiros com renda per capita abaixo de R$ 150 ao mês – caiu de 3% para 1%. Foram os menores patamares já registrados pelo Brasil desde a década de 1970, quando as pesquisas domiciliares começaram a ser realizadas.
“Tivemos um caso emblemático aqui na comunidade. Era de uma mãe de família, que recebia o benefício e seu filho, vendia balas. Com o fim do auxílio, eles foram morar no Viaduto do Chá. É um cenário muito triste”, finaliza Fabiana.
A deterioração social que o país enfrenta hoje já era esperada. Todos os indicadores começaram a piorar já com a redução do benefício de R$ 600 para R$ 300.
Para Maria das Graças de Sousa, presidente da Associação do Jd. Pantanal, em São Miguel, na Zona Leste, “o fim do auxílio emergencial significou a falta de comida na mesa do pobre. Aqui na comunidade há várias famílias passando necessidade, sem emprego, sem perspectiva de melhoras. Estamos abandonados”, conta.
Com o Brasil enfrentando uma severa crise fiscal desde 2014, manter o pagamento do Auxílio Emergencial passou a ser uma conta difícil de ser fechada pela equipe econômica. Nas últimas semanas, o debate pela volta do benefício ganhou força com a piora dos números da pandemia. Porém, até o momento, não há nada concreto.
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