Durante os meses mais frios do ano, como julho e agosto, é comum observar um aumento nos casos de irritações e doenças oculares, principalmente as que afetam a superfície dos olhos. Segundo o oftalmologista e professor da USP de Ribeirão Preto, Eduardo Rocha, esse cenário se deve à queda da umidade do ar, diminuição das temperaturas e à maior concentração de partículas suspensas no ambiente.
“As alterações ambientais vão acontecendo ao longo das semanas e meses. Algumas estações de frio são mais severas que outras, fazendo com que, principalmente nos meses mais tardios do inverno, esses sintomas apareçam”, explica o especialista, que também é colunista da Rádio USP. Ele destaca que crianças são mais afetadas por quadros alérgicos, enquanto adultos e idosos sofrem mais com o ressecamento ocular.
Sintomas mais comuns
Entre os principais sintomas das alergias estão:
-
Lacrimejamento
-
Vermelhidão
-
Coceira nos olhos
Já nos casos de ressecamento, comuns em adultos e idosos, os sintomas podem incluir:
-
Sensação de areia nos olhos
-
Olhos pesados
-
Ardência e desconforto
Rocha ressalta que, embora o uso de colírios e lubrificantes oculares seja eficaz, a prevenção é a melhor forma de cuidar da saúde ocular no inverno. “Evitar locais fechados por longos períodos, ventos diretamente nos olhos e exposição prolongada ao sol — que apesar do frio, continua emitindo radiação UV — são medidas fundamentais”, recomenda.
Dicas de cuidados com os olhos no frio:
👓 Use óculos de proteção
Além de proteger contra o sol, ajudam a evitar o contato com vento e poeira.
💧 Evite coçar os olhos
Isso pode agravar os quadros alérgicos ou provocar pequenas lesões.
❄️ Aposte em compressas frias
Método simples e eficaz, que alivia os sintomas de irritação e coceira.
🚿 Lave os olhos com água limpa
Ajuda a remover alérgenos e poeiras acumuladas.
💦 Use lágrimas artificiais
Indicado especialmente para quem usa lentes de contato ou passa muito tempo em ambientes com ar-condicionado ou calefação.
🔍 Procure um oftalmologista
Se os sintomas persistirem por mais de um ou dois dias, especialmente com embaçamento visual, é fundamental buscar avaliação médica.
Frio e maior sensibilidade
O especialista também lembra que, no frio, o lacrimejamento pode aumentar como um mecanismo natural do corpo para aquecer a superfície ocular. “Há pessoas naturalmente mais sensíveis ao frio. Isso não necessariamente indica uma doença, mas uma variação fisiológica normal”, explica.
Por fim, Rocha observa que infecções virais oculares também podem ser mais comuns no inverno, pelo fato das pessoas permanecerem em locais fechados e mal ventilados, facilitando o contágio — assim como ocorre com gripes e resfriados.