A tragédia do dia 8 de fevereiro jamais será esquecida, não só pelos torcedores do Flamengo, mas também para todo brasileiro, pois o incêndio que vitimou 10 jogadores da base do clube rubro negro, eram jovens e todos eles lutavam para realizarem os seus sonhos, jogarem em um Maracanã lotado, vestirem a camisa da Seleção, participarem de uma Copa do Mundo, enfim…
Sabemos que o futebol é um meio de ascensão social, onde a criança e o jovem podem através do seu talento propiciar um futuro melhor para os seus amigos e familiares, porém diante deste triste fato, podemos fazer algumas indagações:
Se um clube, com a capacidade do Flamengo apresenta falhas estruturais em sua categoria de base, imagine um clube amador?
O clube carioca foi autuado por 31 vezes pela Prefeitura do Rio, sendo que 21 delas ainda não foram pagas, porém ninguém sabe a procedência destas multas e os reais motivos das infrações?
O local que futuramente iria virar um estacionamento (março de 2019) possuía a licença necessária de funcionamento, como teste de segurança? Tinha alarme ou algum sensor contra incêndio? E o ar-condicionado?
Perguntas que acredito não serão respondidas, não pela falta de vontade dos envolvidos e nem pela comoção social que o assunto proporcionou, mas que fatos assim, acabam caindo no esquecimento com o tempo.
Temos que lutar para que este triste episódio não vire estatística e que os jovens mortos não sejam simplesmente lembrados pelo fato ocorrido. Há ainda muitas crianças, que têm o mesmo pensamento, de correrem atrás de um campo de futebol para realizarem os seus sonhos. Temos é que propiciar estruturas capazes de realizar isso. Se somos conhecidos como o pais do futebol, temos que ser uma referência na criação de craques, e não, na realização de tragédias.
Matéria originalmente publicada pelo Jornal Semanário da Zona Norte. Clique aqui e veja o seu conteúdo completo.