Gastos em Redes Sociais disparam na Disputa Eleitoral de São Paulo e podem definir o resultado nas urnas

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Nas últimas semanas, as redes sociais têm se consolidado como palco central da disputa eleitoral em São Paulo. Entre os dias 6 de agosto e 4 de setembro, candidatos ao cargo de prefeito e vereador investiram somas significativas em anúncios impulsionados, com o valor total chegando a R$ 2.011.700,00, segundo dados da Meta. Apenas na última semana, R$ 1.751.400,00 foram gastos com essa ferramenta, destacando a importância crescente das plataformas digitais na busca pelo voto.

O jornalista e consultor de marketing político, Eduardo Micheletto, ressalta que esse fenômeno reflete uma mudança drástica na estratégia de campanha dos candidatos. “O impulsionamento de conteúdo nas redes sociais se tornou indispensável, principalmente em um cenário onde o tempo na TV e no rádio é cada vez mais escasso. As redes permitem uma interação direta com o eleitor, criando uma proximidade que a mídia tradicional não alcança.”

Candidatos como Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Marina Helou (REDE), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSC) foram alguns dos que mais investiram nesse tipo de estratégia, com gastos milionários. A tendência é clara: os recursos direcionados às plataformas digitais são considerados cruciais para a construção de uma imagem sólida e para alcançar um número expressivo de eleitores.

Por outro lado, Micheletto também chama a atenção para as diferenças entre os gastos dos candidatos a prefeito e a vereador. “Nas campanhas majoritárias, os candidatos precisam atingir toda a população, então utilizam todos os meios de comunicação disponíveis: redes sociais, televisão, rádio e até a tradicional panfletagem. Já nas campanhas proporcionais, como as de vereador, o foco é muito mais segmentado. Eles definem um recorte específico de eleitores, seja por perfil social ou localização geográfica, e trabalham em cima disso.”

Essa distinção explica, em parte, por que candidatos à prefeitura, que precisam atingir um público muito mais amplo, investem quantias significativamente maiores em suas campanhas digitais. Por exemplo, as páginas do candidato Pablo Marçal (PRTB), conhecido por sua presença digital, apresentaram um engajamento oito vezes maior que o de seus adversários somados, demonstrando a força da internet no alcance eleitoral.

Outro fator importante é a inovação tecnológica que está sendo utilizada por algumas campanhas. “Além do impulsionamento, temos visto o uso de ferramentas como a realidade aumentada, que visa aproximar ainda mais o eleitor do candidato, tornando a experiência mais interativa e imersiva”, destaca Micheletto.

Com o fim das limitações impostas pela TV e pelo rádio, a internet se transforma em uma arena decisiva para as eleições municipais, permitindo que o público participe ativamente e decida não apenas com base em um discurso, mas em uma interação contínua e direta com os candidatos. Esse novo modelo de comunicação pode redefinir o resultado das urnas em 2024, tornando as redes sociais um dos principais protagonistas no cenário eleitoral de São Paulo.

“A digitalização das campanhas não é uma tendência passageira; ela veio para ficar. E o sucesso de uma campanha eleitoral hoje depende de como o candidato consegue usar essas ferramentas para construir uma narrativa autêntica e envolvente para o eleitorado”, finaliza Micheletto.

Com milhões sendo investidos a cada semana, o impacto dessa corrida virtual promete influenciar profundamente os rumos da política na maior cidade do Brasil. As redes sociais, antes apenas uma peça acessória nas campanhas, agora ocupam o centro da disputa pelo voto.

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Eduardo Micheletto
Eduardo Michelettohttp://www.minutomicheletto.com.br
Jornalista e Radialista, pós graduado em Comunicação Organizacional e Comunicação e Marketing, além de ter realizado diversos cursos de extensão nas áreas de Marketing Digital e Experiência do Usuário (UX). É Diretor da Micheletto Comunicação e membro da Associação Profissão Jornalista (APJor).

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