Enquanto o povo sofre com o fim do auxílio emergencial, Bruno Covas recebe aumento de 46% e passará a receber mais de R$ 35 mil por mês

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O ano de 2021 nem começou, e já temos péssimas notícias. Isso por que a Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem, dia 23, um projeto de lei que aumenta o salário do prefeito Bruno Covas (PSDB), em 46%. Atualmente, Bruno recebe R$ 24.175,55 e com o aumento, passará a receber R$ 35.462 reais. Além de Bruno, outros membros da equipe de governo serão beneficiados. O atual vice-prefeito e ex-vereador, Ricardo Nunes, que atualmente recebe R$ 21,7 reais, passará a receber R$ 31.915,80. Já o salário dos secretários municipais subirá de R$ 19.340,40 para R$ 30.142,70, um porcentual de reajuste de 55%.

As bancadas do PSOL e do PT votaram contrários à aprovação. Além da oposição, Fernando Holiday (Patriota), pertencente ao grupo da direita, também votou contra. “Só seria razoável aprová-lo se fosse feita de uma maneira conjunta para os servidores, ou pelo menos concomitante”, disse o vereador Eduardo Suplicy (PT).

O líder do governo na Câmara, o vereador Fábio Riva (PSDB) citou o fato de que o último aumento havia sido dado há oito anos e afirmou que a inflação apurada por diferentes índices havia variado mais do que o porcentual de aumento dado nesta segunda. “Com essa aprovação, o que estamos fazendo aqui é uma reposição inflacionária bem inferior a qualquer desses índices que norteiam essas questões”, disse. “É uma reposição inflacionária, uma vez que essa é uma questão imperiosa para o bom andamento da administração pública.”

Ricos x Pobres

Enquanto isso, o povo sofre com o fim do auxílio emergencial de R$ 300 reais mensais. De acordo com o calendário de pagamentos da Caixa Econômica Federal, os depósitos do auxílio emergencial chegaram a quase 68 milhões de pessoas e se encerram no próximo dia 29.

O auxílio emergencial reduziu a pobreza em 23% na comparação entre 2019 e agosto de 2020. Mas, com o fim do pagamento em dezembro, a quantidade de pessoas que tiveram aumento de renda e vão voltar à situação de pobreza no Brasil equivale à metade da população da Venezuela.

Segundo o economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/ Ibre), Daniel Duque, por exemplo, calcula que a extrema pobreza, que já atinge 13,6 milhões de brasileiros, vai crescer e pode até dobrar no Brasil no início de 2021. “O fim do auxílio emergencial vai colocar mais cinco milhões de pessoas na pobreza e na pobreza extrema, em relação ao período anterior da pandemia, porque o mercado de trabalho ainda está longe de se recuperar, principalmente, para a população informal”, explica.

Matéria originalmente publicada pelo Jornal Acontece Agora. Clique aqui e visualize o seu conteúdo completo.

Eduardo Micheletto
Eduardo Michelettohttp://www.minutomicheletto.com.br
Jornalista e Radialista, pós graduado em Comunicação Organizacional e Comunicação e Marketing, além de ter realizado diversos cursos de extensão nas áreas de Marketing Digital e Experiência do Usuário (UX). É Diretor da Micheletto Comunicação e membro da Associação Profissão Jornalista (APJor).

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