A cada novo acidente ocorrido no Aeroporto Campo de Marte essa história volta às manchetes, seja por interesse pessoal, seja motivado pelo acontecimento. Porém, para se tomar uma decisão deste porte, é preciso realizar uma análise profunda e entender o porquê deste questionamento.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) é a favor do encerramento das atividades para que o espaço se torne um grande e numeroso conjunto residencial, com vários apartamentos, ocasionando um estrangulamento no trânsito e dificultando a vida dos antigos e dos possíveis novos moradores ou em um parque estadual, projeto em discussão desde o período em que ele estava à frente da Prefeitura da cidade.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) orientou o governador a discutir o assunto com a Força Aérea (FAB) e o Ministério da Defesa para que em conjunto, tomem uma decisão.
A área do Campo de Marte é disputada na Justiça entre o Município e a União desde 1958. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu ganho de posse à Prefeitura, mas esse processo ainda está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que não se manifestou.
Doria usa como ponto de partida, os dois últimos acidentes, ocorridos em julho e novembro de 2018, que causaram as mortes de três pessoas no terminal e em uma rua próxima, porém é preciso analisar que o número de mortes por acidentes no Aeroporto de Congonhas é 865% maior do que no Campo de Marte, por exemplo. Além disso, o local gera aproximadamente 2.000 empregos diretos e 5.000 empregos indiretos movimentando a economia por meio de escolas, aeroclubes, oficinas e hangares.
O Aeroporto Campo de Marte não tem linhas comerciais regulares, mas recebe helicópteros e jatos executivos. Além disso, é o endereço de escolas de pilotagem, do serviço aerostático das polícias, do Hospital da Força Aérea e de um clube para oficiais.
Matéria originalmente publicada pelo jornal Semanário da Zona Norte. Clique aqui e veja o seu conteúdo completo.