Moradores do Jardim Pantanal, extremo da zona leste de São Paulo reclamam há anos das deficiências do bairro seja pela ausência de saneamento básico, péssima qualidade do asfalto e regularização das moradias.
“Aqui a precariedade é imensa. Nas ruas Tietê e Nanima (foto), por exemplo, há lama e água parada, mesmo em período de seca. E olha que as nossas contas de água estão em dia, viu? Além disso, convivemos com a falta de energia no bairro. Temos um transformador que funciona quando quer. A Sabesp e a Companhia de Luz prometem melhorias, porém, nada muda por aqui”, reclama Jonas Santana.
Em outra via, na Cachoeira de Itaguassava, há um córrego de águas negras por onde escoa boa parte do esgoto, a céu aberto. “Em alguns pontos do curso d´água, mangueiras e canos atravessados de um lado a outro, com as ligações de água”, afirma Rosalvo José dos Santos, morador há 21 anos.
Segundo dados da Subprefeitura de São Miguel, o Jardim Pantanal possui aproximadamente uma área de 1 milhão de metros quadrados (m2), com 21 mil moradores. A região está localizada numa Área de Proteção Ambiental (APA) junto à várzea do Rio Tietê, no limite com a cidade de Guarulhos.
Outro drama que atormenta os moradores da região são as enchentes. Em 2009, essas famílias vivenciaram uma enchente que durou três meses e que deixou vários desabrigados. “Uma caixa de esgoto estourou e quando a água veio de repente, muito suja e muito fedida. E veio de uma vez. Não deu tempo de ficar tirando coisas. Não tenho fotos do meu marido e das minhas meninas pequenas”, recorda a assistente social Sonia Maria Ferreira.
“Eu tinha uma estante com livros e álbuns de fotografia. Ela caiu na água e perdi tudo. Tive que alugar por três meses uma casa para ficar, pois meu neto tinha acabado de nascer. Não foi fácil, não. Mas aprendi a desapegar das coisas”, conclui.
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