As Delegacias da Mulher no estado de São Paulo registraram um marco significativo na luta contra a violência de gênero: conseguiram identificar 214 autores de feminicídios, representando 96% do total de casos ocorridos em 2023. Destes, 101 foram detidos em flagrante, enquanto os demais foram indiciados ao longo das investigações, deixando apenas sete casos sem autoria conhecida.
Esses números foram divulgados em um contexto preocupante: somente 63 das vítimas haviam realizado queixas prévias contra seus agressores. “Nosso desejo é que esses crimes não ocorram, mas uma vez que acontecem, nossa obrigação é responder rapidamente à sociedade, identificando e encarcerando esses criminosos”, destacou Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública. Ele ressaltou o compromisso do estado de São Paulo em garantir que agressores de mulheres não permaneçam impunes, mencionando investimentos em tecnologia e equipes especializadas para apoiar as vítimas.
A delegada Jamila Ferrari, à frente das Delegacias de Defesa da Mulher, apontou os resultados como um sinal de alerta para as autoridades. Ela destacou a necessidade de encorajar as mulheres a denunciarem qualquer sinal de violência, mesmo que inicialmente pareça insignificante. A subnotificação permanece um desafio significativo, especialmente em casos de estupro, com um aumento de 9,8% registrado em 2023.
O medo e a vergonha são barreiras substanciais que impedem muitas vítimas de buscar ajuda. No entanto, Jamila observou um aumento na confiança das mulheres para denunciar esses crimes, indicando um progresso positivo na luta contra a violência de gênero.
Na capital, a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), situada na Casa da Mulher Brasileira, elucidou 93% dos feminicídios registrados desde 2020. A delegada Cristine Nascimento Guedes Costa sublinhou a importância de um trabalho investigativo detalhado, focado na relação entre a vítima e o agressor, para garantir a responsabilização efetiva.
A Casa da Mulher Brasileira em São Paulo exemplifica um modelo de atendimento integrado, onde as vítimas têm acesso a uma variedade de serviços especializados. Esse suporte abrangente visa não apenas atender, mas também encorajar as mulheres a prosseguirem com suas denúncias, fortalecendo o sistema de proteção e justiça.
Apesar dos avanços significativos, a constante luta contra a violência doméstica e crimes sexuais continua, enfatizando a necessidade de empoderamento e suporte contínuo às vítimas. As autoridades reafirmam seu compromisso em combater a subnotificação e garantir que todas as mulheres se sintam seguras e respaldadas pelo poder público.
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