Segundo dados do Mapa da Desigualdade 2021, divulgado nessa semana pela Rede Nossa São Paulo mostram que dos dez bairros que possuem os piores índices de educação, saúde, habitação e mobilidade, sete estão localizados na periferia da cidade: Iguatemi, Parelheiros, Jardim Ângela, Brasilândia, Marsilac, Perus e Lajeado. Já entre os bairros com melhores índices, nenhum está localizado na periferia da cidade. Moema, República, Vila Mariana, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros e Santo Amaro estão entre os sete melhores.
Para Ivonneh Nunes, da ONG Casa de Marias, “no bairro Iguatemi há locais que nem saneamento básico tem, além disso, há poucas escolas e linhas de ônibus. No bairro de São Mateus há muitas ocupações e moradores de rua, que em virtude da pandemia do alto número de desemprego, elas aumentaram de forma substancial no bairro”, pontua.
A população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, chegando a quase 222 mil brasileiros em março deste ano, e tende a aumentar com a crise econômica acentuada pela pandemia da Covid-19. Entre as pessoas sem moradia estão desempregados e trabalhadores informais, como guardadores de carros e vendedores ambulantes.
“Nós tínhamos uma Feira de Artesanato, que ajudava empreendedores locais a venderem os seus produtos, porém o local foi invadido por moradores de rua. Gostaríamos muito que a Subprefeitura da região visse essa situação, pois acabamos ficando sem local, em licença para trabalhar e com a praça toda suja e cheia de moradores de rua. Tinha que encaminharem eles para os albergues, mas ao invés disso, a Subprefeitura nem aparece por aqui, ignorando a situação”, reclama.
Para o coordenador do “Projeto Saúde nos bairros”, do Itaim Paulista, Charles Bispo, “os moradores da periferia sofrem de diversas maneiras, desde a falta de projetos e programas sobre a prevenção de doenças crônicas, diagnóstico, desinformação, reduzindo a eficácia dos tratamentos. Além disso, o acesso a medicamentos é muito escasso, por mais que o Governo ainda ofereça serviços como o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Farmácia Popular, alguns tratamentos necessitam de atenção especial e um orçamento maior das famílias, que não conseguem arcar com os custos por viverem em estado de pobreza”, finaliza.
Estes indicadores refletem uma desigualdade presente em todo o país. Atualmente, o Brasil é o nono país mais desigual do mundo, onde 1% da população mais rica detém quase um terço da riqueza total do país.
Para o jornalista Divaldo Rosa, “esse estudo infelizmente retrata a triste realidade da nossa periferia, e ressalta a ausência de políticas públicas voltada para essa população que sofre todos os dias”, finaliza.
Matéria originalmente publicada pelo Jornal Acontece Agora. Clique aqui e leia o conteúdo completo.
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