Prefeitura autua responsáveis por aterramento clandestino no Jardim Pantanal e inicia recuperação da área

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A Prefeitura de São Paulo autuou e encaminhou à delegacia dois responsáveis pelo aterramento clandestino de uma área pública de 2.500 metros quadrados às margens do Rio Tietê, na região do Jardim Pantanal, Zona Leste da capital. A ação foi realizada por meio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e da Guarda Civil Metropolitana Ambiental. O local, além de estar ilegalmente aterrado, funcionava como um ponto de carregamento de caminhões com combustível clandestino.

A infração ambiental gerou uma multa que pode chegar a R$ 12,5 milhões, valor que será confirmado após a conclusão do laudo circunstancial da GCM. Além do aterro irregular, os responsáveis haviam construído um muro que comprometia ainda mais o escoamento da água na região, agravando o risco de enchentes.

Determinação do prefeito e ações emergenciais

A intervenção foi determinada pelo prefeito Ricardo Nunes, que visitou a área no sábado (1º), após receber denúncias de moradores sobre os impactos negativos do aterramento irregular. De acordo com relatos, a ocupação clandestina pode ter contribuído para o alagamento ocorrido na região entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado.

Diante da previsão de novas chuvas fortes, a Prefeitura antecipou o início das ações de recuperação, que estavam previstas para esta semana. A remoção do aterro e do muro será iniciada na segunda-feira (3), com o objetivo de restabelecer o escoamento da água e minimizar os impactos ambientais e urbanos.

No domingo (2), agentes da GCM acompanharam a desocupação do terreno, que permanecerá interditado até a conclusão dos trabalhos de limpeza e recuperação ambiental. Além disso, a Prefeitura iniciou a remoção da terra despejada no rio e nos arredores para evitar novos alagamentos.

Assistência às famílias afetadas pelas chuvas

A administração municipal mobilizou uma força-tarefa para atender os moradores do Jardim Pantanal atingidos pelas chuvas. Mais de 3 mil agentes, entre equipes de limpeza, zeladoria, assistência social e trânsito, foram destacados para minimizar os danos e garantir assistência à população.

Desde o início da operação, a Prefeitura distribuiu:

  • 800 cestas básicas;
  • 1.730 copos de água;
  • 900 marmitas da Rede Cozinha Escola;
  • 130 Cartões Emergenciais, com carga de R$ 1.000 cada.

Os desabrigados estão sendo acolhidos em escolas da região, como a EMEF Murures e a EE Heckel Tavares, onde receberam cerca de 250 colchões e brinquedos para as crianças. Além disso, dez caminhões basculantes e veículos do Corpo de Bombeiros foram mobilizados para auxiliar na operação de resgate e limpeza.

Até os animais de estimação dos moradores foram contemplados com o apoio municipal: 150 quilos de ração, 75 quilos de petiscos e 1.000 potes de alimentação foram distribuídos.

Medidas estruturais para evitar novos alagamentos

A Prefeitura de São Paulo tem adotado medidas para minimizar os impactos das enchentes no Jardim Pantanal, uma das regiões mais vulneráveis da cidade por estar abaixo do nível do Rio Tietê. Entre as iniciativas em andamento, destacam-se:

  • Construção de um pôlder, sistema que impede o avanço da água do rio pelas ruas;
  • Projeto para um reservatório, que ajudará a conter as cheias e redirecionar a água para o Córrego Lajeado;
  • Aumento da capacidade de drenagem, com novas galerias de águas pluviais e pavimentação em quase 100 ruas da Vila Seabra, Jardim São Martinho e Jardim Helena;
  • Retirada de 36 toneladas de detritos dos córregos da região apenas em 2024.

Além das obras estruturais, o processo de regularização fundiária segue em andamento, beneficiando cerca de 4.000 famílias. Destas, 900 já devem receber o título de propriedade ainda neste ano.

Compromisso com a fiscalização ambiental

A ação no Jardim Pantanal reforça o compromisso da Prefeitura de São Paulo com a fiscalização ambiental e a preservação das áreas públicas. O aterramento clandestino não apenas compromete o equilíbrio ecológico da região, mas também agrava problemas de drenagem, colocando em risco a segurança dos moradores.

As autoridades reforçam que denúncias sobre crimes ambientais podem ser feitas por meio dos canais oficiais da Prefeitura e da Guarda Civil Metropolitana. As operações de fiscalização continuarão sendo intensificadas para coibir invasões e garantir a proteção das áreas de preservação.

Com a intervenção imediata e a adoção de medidas estruturais, a Prefeitura busca não apenas reverter os danos causados pelo aterramento ilegal, mas também prevenir novas tragédias e melhorar a qualidade de vida da população do Jardim Pantanal.

 

Eduardo Micheletto
Eduardo Michelettohttp://www.minutomicheletto.com.br
Jornalista e Radialista, pós graduado em Comunicação Organizacional e Comunicação e Marketing, além de ter realizado diversos cursos de extensão nas áreas de Marketing Digital e Experiência do Usuário (UX). É Diretor da Micheletto Comunicação.

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