Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada nesta quinta-feira (11) trouxe novos dados sobre o espectro político dos eleitores de São Paulo. Segundo o levantamento, 26% dos paulistanos se identificam como sendo de direita, enquanto 20% se declaram de esquerda. A pesquisa ouviu 1.092 eleitores entre os dias 2 e 4 de julho, com uma margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Em comparação com a pesquisa anterior, realizada no final de maio, houve uma leve queda no número de eleitores que se identificam com os polos da direita e da esquerda. Por outro lado, o número de entrevistados que se consideram de centro aumentou de 22% para 24%, ainda dentro da margem de erro.
Distribuição do Espectro Político
Direita: 26%
Centro: 24%
Esquerda: 20%
Centro-esquerda: 11%
Centro-direita: 10%
Não sabem: 8%
Além das preferências ideológicas, o Datafolha também questionou os eleitores sobre seu alinhamento com os principais partidos políticos do país. A pesquisa mostrou que há mais eleitores que se identificam com o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, do que com o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dados indicam que 29% dos entrevistados se consideram petistas, enquanto 17% se dizem bolsonaristas.
Em relação ao levantamento de maio, houve uma oscilação negativa no número de eleitores identificados com esses dois polos. Entretanto, o número de entrevistados que se declaram neutros aumentou de 23% para 25%.
Alinhamento Político
Petista: 29%
Neutro: 25%
Bolsonarista: 17%
Mais próximo ao petismo: 14%
Mais próximo ao bolsonarismo: 8%
Nenhum: 6%
Não sabem: 1%
Ricardo Holz, gestor público e autor do livro “Manual Básico para Não Ser Enganado por Político”, destaca que esses dados revelam um cenário de crescente polarização e também de ceticismo entre os eleitores. “O aumento do número de eleitores que se dizem neutros pode indicar uma desilusão com a política tradicional e uma busca por alternativas,” afirma Holz.
Holz também observa que a variação dentro da margem de erro mostra um cenário de estabilidade relativa. “Apesar das oscilações, o cenário político se mantém relativamente estável, o que pode ser um reflexo da falta de novas lideranças que realmente consigam mobilizar o eleitorado,” explica o autor.
Para o futuro, Holz sugere que os partidos políticos precisem se reestruturar e se aproximar mais dos eleitores. “Os dados do Datafolha são um sinal claro de que há um espaço significativo para novos movimentos e ideias dentro da política brasileira,” conclui. “Os partidos tradicionais devem prestar atenção a isso se quiserem manter ou aumentar sua base de apoio.”
A pesquisa do Datafolha traz importantes insights sobre as preferências políticas dos paulistanos e aponta para uma necessidade crescente de renovação e diálogo dentro do cenário político. Com mais eleitores buscando posições de centro e expressando neutralidade, o campo está aberto para novas vozes e ideias que possam responder aos anseios da população.