As fortes chuvas que caíram no último domingo, dia 28/03, causaram um verdadeiro caos nos bairros da Zona Leste de São Paulo, em especial no extremo leste, onde milhares de moradores dos bairros do Itaim Paulista, São Miguel, Itaquera, Penha, Ermelino Matarazzo, Jardim Helena, Vila Curuça, Vila Jacuí, Guaianases e Cidade Tiradentes tiveram suas casas invadidas pelas águas nas proximidades dos córregos.
Pelas informações que recebemos quase todos os córregos da região transbordaram. No Itaim Paulista (Córrego Três Pontes, Corrego Itaim, Córrego Tijuco Preto, e Córrego Lajeado), Em São Miguel acrescenta o Córrego Jacu e o Itaquera-Itaqueruna, Em Ermelino Matarazzo o córrego Ponte Rasa e o Córrego Monguagá que alagou o centro do bairro e na Penha o córrego Tiquatira fez grandes estragos com transbordamento e alagamentos.
No Alto Tietê, algumas cidades também sofreram com as chuvas desse domingo, em especial na cidade de Ferraz de Vasconcelos e em Poá, onde os córregos também transbordaram causando mais prejuízos.
Causas das Enchentes
Um dos motivos para o surgimento desses problemas é a dificuldade de escoamento das águas das chuvas na cidade de São Paulo. A capital paulista é extremamente pavimentada, o que faz com que as águas das chuvas não sejam absorvidas pelo solo. Logo, essa água, ou vai em direção à região mais baixa ou fica parada. E as consequências são as enchentes e os alagamentos.
Faltam Investimentos em Drenagem e Piscinões
Especialistas e técnicos apontam outro grande problema que causam as enchentes que está relacionado à falta de prioridade nessa questão de drenagem dos córregos e especialmente no Rio Tietê, onde precisa urgente o aprofundamento da calha do rio à montante da barragem da Penha, bem como a construção de Piscinões nos maiores afluentes do Tietê, desta região. Esses estudos técnicos em escala macro levam tempo e custa muito caro, daí a necessidade do prefeito Bruno Covas, determinar a realização desses projetos.
Apesar das chuvas terem sido as maiores do ano, fica claro que a ausência de obras e ações da prefeitura de São Paulo na prevenção e combate a enchentes e alagamentos afetaram drasticamente a vida das pessoas e o funcionamento da cidade. Quem sentiu mais transtornos foram moradores da Penha, próximo ao Córrego Tiquatira, e nos bairros do Distrito do jardim Helena (Vila Itaim, Vila Seabra, União de Vila Nova, Jardim Pantanal, Jardim Romano, Vila Aimoré e Jardim Pantanal), uma região acostumada a alagamentos, mas que desta vez, segundo informações do Silvinho, Subprefeito de São Miguel , “as águas tiveram rápido escoamento para o rio Tietê”. Inclusive o acesso à Ponte da Vila Any foi liberado na tarde desta segunda-feira.
Na capital paulista existem cerca de 300 cursos de água, e é normal que quando chove, o nível de água dos rios aumente. E, no processo de urbanização da cidade de São Paulo, ruas e avenidas foram construídas muito próximas de córregos e rios, porque cursos d’água ajudavam no desenvolvimento dos centros urbanos. Os alagamentos são decorrentes da hiper pavimentação, muitas vezes comprimindo o leito dos rios que acabam por transbordar na época das chuvas.
Segundo dados do portal da Prefeitura de São Paulo, a administração municipal usou apenas 48% da verba reservada no orçamento de 2020 para prevenção de enchentes. Do total de R$ 973 milhões previstos para o ano, apenas R$ 474 milhões foram utilizados, segundo dados de execução orçamentária do município. Onde foi investido os outros 52% previstos no orçamento?
O que fazer em casos de enchentes?
Em casos de enchentes pela cidade, a melhor opção é permanecer em um lugar seguro e não sair até que a situação esteja melhor. De acordo com a CGE – Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas, é necessário manter-se informado sobre as áreas de risco, por isso, fique atento aos meios de comunicação, como portais de notícias, redes sociais e jornais de bairros, alem dos comunicados oficiais da Prefeitura Municipal.
Para o órgão da Prefeitura que monitora as condições meteorológicas da capital, se existe uma inundação no meio da via, não se aventure a enfrentar a correnteza. Além disso, o CGE alerta sobre os males consequentes das enchentes como doenças como Cólera e Leptospirose, que podem ser transmitidas caso exista o contato com a pele humana durante a inundação.
Evite caminhar nessa água. O CGE também reitera a importância de não jogar o lixo na rua, já que causa entupimentos de bueiros e ramais de drenagem.
Matéria originalmente publicada pelo Jornal Acontece Agora. Clique aqui e visualize o seu conteúdo completo.