Fundada em 2015, a Associação Luz Presente do Futuro realiza um trabalho importantíssimo na região de Itaquera atendendo cerca de 780 famílias, entre crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social.
Para Fabiana Santos Lira, 38, moradora do Parque Guarani, “o espaço atua no acompanhamento, orientação e encaminhamento de diversas situações que envolvem os moradores da comunidade. Casos como os de violência doméstica, por exemplo, são encaminhados para os nossos parceiros, como a UBS Vila Ramos, Hospital Santa Marcelina, entre outros”.
Segundo relatos a Central de Atendimento à Mulher, 51,06% das denúncias referem-se a agressões físicas, e 31,10%, à violência psicológica. Outro dado preocupante é a sua periodicidade, onde em 39,34%, a violência ocorre diariamente, e em 32,76%, a frequência é semanal. Além disso, em 67,63% dos casos, as agressões foram cometidas por homens com quem as vítimas mantêm ou mantiveram uma relação afetiva.
O espaço também realiza trabalhos que ajudam no fortalecimento de renda das famílias, “Ensinamos artesanato para os adolescentes, recolhemos pneus nas ruas, realizamos rodas de conversa, entre outras atividades, que ajudam não só financeiramente os envolvidos e a associação, mas também, de maneira reflexiva auxilia a mudar o pensamento dos envolvidos na ação. Atendemos pessoas de 7 a 18 anos, e pretendemos aumentar essa atuação. A comunidade necessita muito”, completa.
Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 havia no Brasil 237 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos. Na comparação com 2010, o número é de 16,5% menor (46.862 entidades a menos). Esses dados são preocupantes, pois de lá para cá, a desigualdade social só aumentou no país. A Associação Luz Presente do Futuro (foto) foi uma das entidades que participaram da entrega beneficente de cestas básicas promovida pelo Jornal Acontece Agora, que ajudou mais de três mil famílias em toda a cidade.
“Tive uma infância conturbada, onde passei por situações extremamente delicadas, como situação de rua, negligência paterna, entre outros. Dificuldades que me ensinaram a lutar por dias melhores, e principalmente, quando me tornasse adulta, ter um espaço que auxiliasse famílias em estado de vulnerabilidade social. Fundei a Associação junto com alguns amigos, e todos nós trabalhamos de forma voluntária, atuamos por amor. Por aqui, desenvolvo atividades que não tive a oportunidade de fazer na minha época, como fazer pão, bolo, crochê, tricô, artesanato, informática, entre outras. É a realização de um sonho”, finaliza.
Matéria originalmente publicada pelo Grupo Acontece de Jornais e Revistas. Clique aqui e visualize o seu conteúdo completo.
