Dia da Polícia Civil é tema de sessão solene e de muitas homenagens na Assembleia Legislativa

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A Policia Civil do Estado de São Paulo recebeu no último dia 30 de setembro, na Assembleia Legislativa, uma série de homenagens em comemoração do seu dia.

A seção solene foi promovida pelos deputados Delegado Olim (PP) e Itamar Borges (PMDB) que discursaram para os convidados que exaltaram o trabalho da Polícia Civil ao logo dos anos.

“É uma alegria tanto para mim, quanto para meu colega Olim e demais presentes, que nesta noite homenagearemos a gloriosa Polícia Civil do Estado de São Paulo pelo valor, pela importância, pelo reconhecimento que merece de todos nós”, disse o deputado Itamar Borges durante o seu discurso inicial.

Já o deputado Delegado Olim (PP) realizou um desabafo em seu discurso “A população gosta da polícia e de quem faz por ela, porque quando ela tem dor de barriga somos só nós que ela procura. E os senhores atendem em qualquer hora e não ganham nenhum extra. Se eu fizer uma audiência de custódia e o Ministério Público for lá, ganha por fora e o juiz também, os senhores não ganham nada. Não podem nem vir com viatura aqui. Isso é uma vergonha. Estamos cansados desse governo e de promessas. Estamos cansados desse salário lixo que recebemos. Estamos cansados de sermos cobrados e fazermos muito pelo pouco que recebemos. A melhor Polícia do Brasil que ainda produz. Se não está pior em São Paulo é pelo trabalho dos senhores, pelas investigações que os senhores fazem. Contem comigo, aqui vocês têm um amigo”, disse.

O Delegado Olim é líder do seu partido e atual presidente da Comissão de Segurança e Assuntos Penitenciários. “Nestes últimos 30 anos em que atuo na carreira civil, nunca vi um governador, ou um vice-governador presente, e nesta, teremos a presença do Rodrigo Garcia, que é o nosso atual vice. Isso mostra a nossa força. Além disso, temos a presença de profissionais vindos do interior reforçando ainda mais as comemorações”.

Para o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), ”essa cerimonia é um marco para a casa, essa homenagem ressalta a importância do policial junto à nossa sociedade. O governador João Dória (PSDB) tem muito respeito pela polícia civil. Tanto que no início do seu governo, ainda no mês de janeiro, anunciou o congelamento de despesas, porém apenas 3 áreas não sofreram impacto, pois foram tratadas como prioritárias, Segurança Pública, Educação e Saúde. E nestes 9 meses de administração, conseguimos através do equilíbrio das contas públicas e do fechamento de estatais, realizarmos um orçamento visando 2020, este sim, o primeiro da nossa atual gestão, onde pudemos aumentar os investimentos em 9%, melhorando a vida do policial civil e da cooperação como um todo. Além disso, temos atualmente os menores indicadores de segurança pública do pais, motivo ao qual nos enche de orgulho. Esperamos que esse reconhecimento traga bons resultados. Nós temos a expectativa de que a Polícia Civil de São Paulo possa nos surpreender ainda mais”, finalizou.

Para o secretário de Segurança Pública, general Campos, “a data homenageia todos aqueles que tomaram como opção de vida, ajudar a proteger as pessoas de São Paulo. Vejo esta cerimônia, como um pleito de gratidão, já que estamos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e aqui estão representados todos os paulistas e todos os brasileiros que vivem em São Paulo. É uma maneira da nossa população dizer o muito obrigado, gratidão pelo seu trabalho, por sua dedicação, seu apreço por este belíssimo Estado e a esta bela população”.

O deputado Coronel Telhada (PSDB) parabenizou o deputado Itamar pela iniciativa de homenagear “a maior Polícia Civil do Brasil, que tem trabalhado forte e constantemente. Mas, infelizmente, nem sempre é reconhecida. Nós fizemos questão de estarmos aqui presentes não só para homenagear os deputados Itamar Borges e Delegado Olim, mas todos os senhores e senhoras pelo trabalho que têm executado. Hoje não temos muito que comemorar infelizmente, porque temos acompanhado atentamente as notícias que têm sido vinculadas na imprensa e nos demais meios de comunicação, e cada dia mais nos espantamos com os problemas que acontecem em nossa Nação. Sabemos que os baluartes da lei e da defesa do cidadão sempre são a Justiça e as Forças de Segurança. Eu gosto de falar muito em Forças de Segurança, não só da Polícia Militar, Civil, Técnico-Científica, Forças Armadas, mas Forças de Segurança em todos os sentidos, municipais, estaduais e federais. Porque estamos no mesmo barco e na mesma situação. Precisamos nos unir para conseguir resultados positivos. Somos nós que na hora que tem uma desgraça, deixamos nossas casas para salvar um cidadão que nem conhecemos. E não temos o devido valor e reconhecimento. Não falo só em parte financeira e de remuneração, mas em todos os sentidos. É recompletamento de efetivo, valorização profissional, aspirações em nossas carreiras. Os senhores sabem que as poucas vantagens que temos em nossas carreiras vêm principalmente ao final delas, quando estamos aposentados ou em véspera de nos aposentar. E até isso nos querem tirar, dizendo que o problema da Previdência, depois de tanto roubo neste País e tanta bandalheira, são devido às polícias. Isso é uma afronta e inaceitável. Nós policiais militares, civis, técnico-científicos, administração penitenciária, Forças Armadas e guardas municipais não podemos mais aceitar levar essa pecha de sermos culpados pela desgraça que se implantou no Brasil. O único culpado são eles que não cumpriram a lei e não valorizaram as Forças de Segurança. Então quero deixar bem claro que, apesar de hoje ser um dia de comemoração, devemos repudiar qualquer crítica a qualquer polícia e força de segurança. Nós temos que nos irmanar, porque no ano que vem teremos eleições e temos que eleger mais representantes nossos que defendam as Forças de Segurança, porque somos nós, que nos momentos mais graves, estaremos à disposição da população. Parabéns à Polícia Civil. Deus abençoe a todos. Brasil acima de tudo”, concluiu.

Para o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Gustavo Mesquita Galvão Bueno, “essa solenidade é um acontecimento importantíssimo porque traz o reconhecimento para uma classe tão importante, uma classe de policiais, de funcionários públicos tão importantes como os policiais civis. Importantes para a população, justamente em um momento em que realmente nos vemos abandonados. A Polícia Civil que foi vitima de sucateamento nas últimas décadas por falta de funcionários, são cerca de 14 mil faltantes, além dos salários mais baixos da categoria do pais e equipamentos cada vez piores. Porém, temos que ressaltar o compromisso do atual governador João Doria, que prometeu corrigir muitas das dessas desigualdades”.

Com 10 anos de carreira como delegado de polícia, Gustavo também foi um dos líderes fundadores do Movimento Nova Política Judiciária, que tem como principais bandeiras o fortalecimento, a moralização e a mudança da imagem da Polícia Civil.

Para a vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo e diretora regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal em São Paulo, Tania Prado, a solenidade é muito importante porque na verdade o órgão mãe da Polícia Judiciaria é a Polícia Civil e nós temos muito respeito e consideração pelos nossos colegas, os delegados e demais policiais”.

Jair Barbosa Ortiz, delegado secional de Mogi das Cruzes também se sentiu homenageado. “Muito feliz pelo encontro de hoje, e não só pelas homenagens, mas pelas palavras aqui ditas. É um momento único”.

Durante a carreira na corporação, Ortiz já atuou como delegado titular do Serviço de Investigações Gerais (SIG), no qual em 2009 participou da libertação de uma família mantida refém na Zona Leste de São Paulo. Na ocasião, a SIG apreendeu dois coletes à prova de bala, uma granada, uma submetralhadora e duas pistolas 9 milímetros, dois fuzis 762, munição e carregador. Ortiz também atuou na Delegacia de Investigações de Combate ao Crime Organizado (Deic).

O delegado Eduardo Gobetti, da Seccional de Taboão da Serra, disse que a confraternização é o mais importante, rever amigos, fazer novos amigos, trocar informações. “Atuo desde 1986, como delegado e de lá para cá, já atuei no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), no Departamento Estadual de Investigações (Deic), entre outros”.

José Aparecido Sanches Severo, delegado de polícia, com passagens pelo Demacro, Decap e Deinter, e atualmente é diretor do Departamento de Narcóticos (Denarc) da Capital, “esse encontro é um marco histórico na nossa existência, nós que somos praticamente uma polícia centenária, e hoje vamos homenagear alguns policiais, como forma de agradecer o trabalho que sempre é bem desempenhado pelo setor de investigação ou seja a Polícia Judiciaria do Estado de São Paulo. É um evento importante que nos engrandece bastante”, concluiu.

Para a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), Raquel Kobashi Gallinati, “a solenidade é extremamente importante para que tenhamos o reconhecimento do dia a dia da Polícia Civil, que tanto faz para o Estado Democrático de Direito”.

 Ela foi a primeira mulher eleita presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, com quase 80 por cento de aprovação. Sua gestão, até agora, tem sido marcada por posições firmes a favor da melhora da Polícia Civil e contra o seu sucateamento pelo Governo do Estado de São Paulo.

Há 42 anos na Polícia, o diretor Domingos Paulo Neto disse já ter participado de inúmeras homenagens, porém, cada uma tem um significado especial. Gostaria de parabenizá-los pelo que eles fazem no dia a dia, por se dedicaram à nossa instituição e à sociedade paulistana”. Domingos ao longo da sua carreira, já atuou como investigador, delegado de equipe, delegado titular, diretor e delegado-geral.

Para o diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, Caetano Paulo Filho, “essa data é festiva, uma data muito importante para a Polícia Civil, uma instituição essencial, permanente, e muito importante para a sociedade, e nós estamos fazendo de tudo para trazermos aquela segurança e aquela garantia para o cidadão viver em um ambiente cada vez mais tranquilo”. Caetano iniciou a sua carreira em 1984, como investigador. De lá para cá, atuou na Corregedoria e durante muitos anos esteve no interior.

Albano Davi Fernandes salienta que “esta solenidade e este prestígio que a Assembleia Legislativa está nos trazendo para englobar todo um trabalho que a Polícia Civil vem fazendo para toda a sociedade, mexe muito com a autoestima de todos os policiais”, conclui. Ele que foi delegado por 32 anos, e atualmente é diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital.

Para o delegado classe especial e titular da 6° Seccional Santo Amaro, Cosmo Stikovics Filho, “o evento valoriza a instituição, todos os policiais civis se sentem homenageados, e é uma forma e um agradecimento da sociedade representada pelos parlamentares, pelos nossos serviços prestados”. Policial desde 1981, quando era investigador, além de atuar em vários outros departamentos da corporação.

Jorge Carlos Carrasco, atua na 7ª Seccional da Capital, disse que “o evento de hoje é muito importante porque a Polícia Civil é centenária, e esta comemoração é um reconhecimento, mostrando que o órgão nunca vai perder a sua importância junto à sociedade”. Com 42 anos de casa, Carrasco já atuou no Decap, Demaco, DHPP e hoje é delegado classe especial. “Tenho mais passado que futuro, e o futuro a Deus pertence”, finalizou.

Já para Mauricio Guimarães Soares, da Seccional de Osasco, “a comemoração é uma questão institucional, mostrando a força da polícia dentro da sociedade, aqui representada pelos deputados”. Com 33 anos de polícia, ocupou diversos cargos como escrivão, delegado, entre outros departamentos.

Para o delegado Kleber Altale, “a polícia merece todo respeito e consideração da sociedade, e esta homenagem feita pelo Olim e pelo Itamar Borges, é um reconhecimento aos trabalhos feitos ao longo destes anos”. Kleber possui mais de 40 anos dedicados à corporação, onde já atuou na Delegacia Geral de Polícia Adjunta, Departamento de Polícia Judiciária do Interior, em Piracicaba, entre outros.

A Polícia Civil do Estado de São Paulo é uma Instituição que integra a estrutura da Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública e tem por atribuição principal o desenvolvimento das atividades próprias administrativas e de Polícia Judiciária. Ela nasceu junto à Secretaria dos Negócios da Justiça, em 1841, tendo como primeiro chefe de polícia, o conselheiro Rodrigo Antônio Monteiro de Barros.

No ano seguinte, surgiu o cargo de delegado de polícia, através da Lei nº 261, de 3 de dezembro, regulamentada pelo Decreto nº 120, de 31 de janeiro, o qual modificou o Código de Processo Criminal, estabelecendo um aparelhamento policial centralizado e eficiente em nosso País.

Na década de 1950, e especialmente no ano de 1954, novas formas de delinquência se multiplicaram pelo Estado, o que suscitou nova reforma na Polícia Civil paulista. As autoridades da época pretendiam fazer de cada policial de São Paulo um especialista inteiramente integrado às suas funções específicas, dando-lhe treinamento cuidadoso, bem como aos meios materiais de que disporia para trabalhar dignamente. Os ensinamentos a eles passados pela Academia da Polícia Civil Coriolano Nogueira Cobra são um exemplo dessa filosofia.

Nessa linha de modificações, outro registro importante veio através do Decreto nº 25.409, de 30 de janeiro de 1956, do então governador Jânio Quadros, que instituiu no Gabinete da Secretaria de Segurança Pública, a Assessoria Policial.

Nos anos 1980, houve importantes criações como o Decon, Departamento de Polícia do Consumidor, para apurar e investigar infrações penais contra a economia popular, a ordem econômica e as relações de consumo, além das infrações previstas no Código do Consumidor e o Deplan, Departamento de Planejamento e Controle da Polícia Civil, um dos órgãos de apoio da Delegacia Geral de Polícia, incumbido de planejar, coordenar e controlar os recursos humanos e materiais e de proceder à execução policial, e da criação do Denarc, Departamento de Investigações Sobre Narcóticos, extinguindo a Dise, Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes, do Deic (que existia desde 1975), mostrando a qualificação da cooperação ao longo dos anos.

Não se pode deixar se citar a inauguração da primeira Delegacia de Defesa da Mulher, que foi um ato inédito no país e no mundo e da inauguração da Delegacia Eletrônica, que foi idealizada para descongestionar os distritos policiais de todo o Estado. A Delegacia atende casos de furtos e perdas de documentos, celulares e placas de veículos, furtos de veículos, desaparecimento e encontro de pessoas, e disponibiliza consultas dos Boletins de Ocorrências pelos sistemas Infocrim (Informações Criminais) e RDO (Registro Digital de Ocorrência), o que impossibilita a duplicidade de comunicação de um crime e viabiliza o compartilhamento de informações por toda a Polícia Civil do Estado, além disso, altos investimentos em armamentos, pessoal e tecnologia foram e estão sendo feitos na Polícia Civil paulista. A filosofia da instituição, em executar um trabalho policial investigativo persistente e meticuloso, abrangendo outras áreas de atuação, como a social, tem em vista a segurança da população e o seu suficiente e eficiente atendimento nos estabelecimentos policiais, e, ainda, de valorizar a pessoa e o profissional policial civil, tem sido posta em prática em todo esse tempo, em que se construiu uma instituição forte e respeitável como a Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Matéria originalmente publicada pelo jornal Semanário da Zona Norte. Clique aqui e visualize o seu conteúdo completo. 

Eduardo Micheletto
Eduardo Michelettohttp://www.minutomicheletto.com.br
Jornalista e Radialista, pós graduado em Comunicação Organizacional e Comunicação e Marketing, além de ter realizado diversos cursos de extensão nas áreas de Marketing Digital e Experiência do Usuário (UX). É Diretor da Micheletto Comunicação e membro da Associação Profissão Jornalista (APJor).

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