Entra ano, sai ano e o problema persiste. Principal tema debatido em todas as eleições, a Saúde Pública continua um caos. Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde obtidos através da Lei de Acesso à Informação, mais de 25 milhões de pessoas são usuárias exclusivas do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de São Paulo.
Criado após a promulgação da Constituição Federal de 1988, tornando o Brasil o maior país do mundo a possuir um sistema público de saúde pautado no princípio da universalidade, além da equidade e da integralidade. Apesar dos percalços, o SUS vem, ao longo dessas três décadas, tornando-se cada dia mais imprescindível na vida dos cidadãos brasileiros. Segundo o mesmo estudo, a estimativa de dependentes do SUS em São Paulo é a maior desde 2008, representando cerca de 58% dos 43 milhões de habitantes do Estado.
Diante deste cenário, o que encontramos nos Hospitais e Unidades Básicas de Saúde são de se lamentar. Superlotação, ausência de médicos e enfermeiros, falta de estrutura física, pacientes dispersos por corredores de hospitais e prontos socorros, demora no atendimento, falta de medicamentos e outros problemas a mais. Para termos uma ideia da “ausência de investimentos”, em 2015, o Brasil gastava cerca de 3,1% do PIB em saúde pública, uma média de 525 dólares por habitante gastos anualmente no Brasil. Em outros países onde há sistema de saúde pública como o Brasil, investe-se, em média, 3 mil dólares anuais. Dá para sentir a diferença?
Aqui na Zona Norte, temos um triste exemplo de má administração e falta de investimentos, o Hospital do Mandaqui, localizado no bairro de Santana, um dos mais populosos da nossa região.
Os problemas são inúmeros, chegando ao cúmulo de pessoas serem internadas em macas nos corredores. Isso sem citar as 10 horas de espera na fila do atendimento, entre outros. O último grande investimento, ocorreu em 2012, onde R$ 65 milhões foram designados para reformas e mudanças estruturais do espaço. Até um heliponto foi construído no local. Na época, houve um aumento significativo de cirurgias, passando de 4,8 mil para 7,2 mil cirurgias por ano, e foi só.
Um desrespeito profundo com a população local, que paga honestamente os seus impostos e sobrevive com as mazelas do governo e com os constantes desvios de verbas destinados à Saúde. É preciso mudar isso urgente.
Matéria originalmente publicada pelo jornal Semanário da Zona Norte. Clique aqui e visualize o conteúdo completo.