Foi em um domingo, 1º de maio, há exatos 23 anos, que o melhor piloto da história da Fórmula 1, na opinião de muitos especialistas, Ayrton Senna da Silva, deu sua última volta na vida. Morto em um acidente no Grande Prêmio de San Marino, na Itália, o ídolo brasileiro deixou um buraco no coração dos fãs que até hoje não foi preenchido.
Quando Senna começou a destacar-se na Fórmula 1, o Brasil vivia um período de descontentamento popular com o país, iguais aos vividos atualmente, com problemas econômicos e carente de ícones.
Até o futebol, que poderia gerar outros ídolos, não vivia um bom momento. Senna ganhou grande admiração do público em 1986, quando, um dia após a seleção de futebol ser eliminada pela França, no Mundial do México, ganhou uma corrida em Detroit, nos Estados Unidos, e decidiu comemorar com a bandeira brasileira.
A conexão do povo com seu herói começa a nascer após essa corrida, quando ele passa a representar o ideal de um brasileiro moderno, sintonizado com o mundo globalizado, capaz de vencer incorporando a cultura que vem de outros povos e levando também o que identificamos como características brasileiras: a emoção e a garra.
Além da paixão e do empenho, Senna mostrava inteligência racional, disciplina e uma obsessão por ultrapassar limites. Um dos maiores exemplos desta determinação, ocorreu em 1993, no Grande Prêmio da Europa, em Donington Park, Inglaterra, quando Senna faria a “melhor volta de todos os tempos em corridas de Fórmula 1”.
Taxado de “um circuito sem pontos de ultrapassagem”, acabou perdendo esse rótulo rapidinho, depois que Senna saiu da quinta para a primeira posição, em apenas uma volta, e debaixo de chuva.
Sua carreira foi brilhante durante 10 anos: foi campeão mundial por 3 vezes (1988/1990 e 1991), bateu o recorde de pole positions (65) e foi o mais jovem piloto a ser tricampeão mundial. Todos esses recordes caíram com o tempo, mas o mundo inteiro concorda que nunca haverá ninguém como ele.
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